194 resgatados de trabalho escravo em vinicolas no RS chegam à Bahia

Dentre as cidades natal dos trabalhadores estão Monte Santo, Valente, Serrinha e Santa Barbará

Por: Redação 1
28, fev. de 2023 às 05:45 • Atualz. 28, fev. de 2023 às 05:04
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194 resgatados de trabalho escravo em vinicolas no RS chegam à Bahia
Foto: Valdenir Lima

Trabalhadores baianos que foram resgatados em condições similares à escravidão em vinícolas na Serra do Rio Grande do Sul chegaram nesta segunda-feira (27) à Bahia. Dos 207 resgatados, 198 são da Bahia. 194 optaram por retornar e quatro outros preferiram ficar no Rio Grande do Sul. 

Grande parte dos trabalhadores são moradores de cidades do nordeste baiano, dentre elas estão aproximadamente 50 pessoas que desembarcaram em Feira de Santana onde foram encaminhadas em outros ônibus para sua cidade natal, dentre elas estão Monte Santo, Valente, Santa Bárbara e Serrinha, Conceição do Coité, Araci e São Domingos uma outra parte desembarcou em Salvador e foram para as cidades de Camaçari, Conceicao do Jacutpe, Cruz das Almas, Dias D'Avila, Lauro de Freitas, São Sebastião do Passé, Simões Filho, Nazaré das Farinhas e Nova Soure.

Segundo informações foram encontrado dentre os trabalhadores 12 pessoas da cidade de Monte Santo Ba, trabalhando de forma de escravidão no Rio Grande do Sul, os mesmos estavam sendo forçados a trabalhar, sendo explorados e tratados de maneiras de extrema exploração com choque elétrico, dentre várias situações.

Além dos 198 baianos resgatados, estavam entre os trabalhadores escravizados nove gaúchos, que voltaram para suas cidades de origem.


Relembre o Caso ( Fuga e resgate )

Três trabalhadores chegam ofegantes ao posto da Policia Rodoviária Federal (PRF) de Bento Gonçalves, cidade situada na Região Serrana do Rio Grande do Sul. O que eles relataram aos agentes levou à descoberta de um galpão com cerca de 240 trabalhadores em condições análogas à escravidão, grande parte da Bahia, que foram resgatados no município vizinho de Caxias do Sul, polo produtor de uvas e vinhos finos das serras gaúchas.   

Ao divulgar o caso na sexta-feira (24), a PRF não revelou as identidades das vítimas, mas confirmou que maioria veio de cidades do interior baiano. Após o resgate, os trabalhadores  contaram para aos policiais que foram contratados para trabalhar em vinícolas, colhendo uvas em Caxias do Sul. Foi garantido ao grupo salário de R$ 3 mil, acomodação e alimentação. Na chegada, contudo, encontraram condições desumanas.

De acordo com os relatos, os trabalhadores foram colocados em um alojamento em condições precárias, mal iluminado e com ventilação escassa. Durante as refeições, recebiam alimentação estragada. Os salários era pagos com atraso, e as vítimas contaram que eram coagidas a permanecer no local, sob pena de pagamento de multa por quebra do contrato de trabalho.

Havia longas jornadas de serviço e também castigos físicos, narraram as vítimas. Uma arma de choque e um spray de pimenta foram apreendidos no local. A PRF divulgou um vídeo nas redes sociais do momento em que os trabalhadores foram resgatados. Uma das vítimas descreveu as condições em que vivia.

Bastante conhecidas no mercado, as três vinícolas para quem os trabalhadores prestavam serviços terceirizados de colheita - Vinícula Aurora, Garibaldi e Salton - se disseram surpreendidas com o resgate e afirmaram que não compactuam com as práticas flagradas pela PRF.  

O flagrante aconteceu na quarta-feira à noite, durante ação da PFR em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Polícia Federal. O responsável pela empresa, que possui contratos com vinícolas da região, foi preso e levado para a PF de Caxias do Sul. 

Depois, o suspeito foi transferido para um presídio em Bento Gonçalves, mas acabou liberado após pagar fiança e R$ 40 mil. O nome dele não foi divulgado. Também baiano, ele tem 45 anos e é natural de Valente, no Nordeste do estado.




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